ainda mais ridícula é a negociação com a Igreja de 2 destes feriados
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmou ontem que a redução de quatro feriados anuais "não resolve o problema do País" e "é um absurdo", considerando que a medida faz parte de um projecto que é um desastre.
"Esta ideia de que sairmos da situação de bloqueio é uma questão de pôr as pessoas a trabalhar mais dias e mais horas é um absurdo", afirmou hoje Carvalho da Silva, à margem do ciclo "Grandes Debates do Regime", da Câmara Municipal de Porto.
Em declarações aos jornalistas, o dirigente sindical criticou a insistência do Governo "numa linha que apenas elimina os direitos de quem trabalha enquanto diminui a retribuição do trabalho", fazendo a analogia com "um cavador que pode ser o melhor do mundo, mas nem que fique 24 horas a cavar consegue competir com um tractor".
Para Carvalho da Silva, "há margem de manobra" no Orçamento do Estado para 2012, "desde que a especulação bolsista e a riqueza fossem taxadas", mas "transformar o empobrecimento numa perspectiva estratégica de solução para um País que precisa de mais riqueza é um absurdo".
O Governo anunciou hoje que irá propor aos parceiros sociais e à Igreja a redução de quatro feriados anuais, dois civis e dois religiosos, afirmou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
O governante, na sua primeira intervenção no Parlamento durante a discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2012, enunciava as medidas que o seu Ministério está a pôr em curso, dizendo que o País não pode ter tantos feriados.