jovens sem futuro, prestes a perder o sorriso, representam já 30% da taxa de desemprego
A taxa de desemprego em Portugal foi de 12,4% no terceiro trimestre, mais que os 12,1% do trimestre anterior, anunciou o INE.
A taxa de 12,4% significa uma subida de 0,3 pontos percentuais na comparação com os três meses anteriores e significa também que há 689.600 indivíduos sem trabalho em Portugal, mais 14.000 do que no trimestre precedente.
Para o economista Filipe Garcia, da IMF, os números não trazem novidades. "Sem surpresas, o desemprego volta a aumentar, atingindo novamente o nível mais alto dos últimos 30 anos. O número é ainda pior do que uma primeira leitura pode sugerir, dado que a população activa também diminuiu".
A economista do BPI, Teresa Gil Pinheiro, sublinhou ainda em declarações à Reuters que "é de esperar que [o desemprego] continue a agravar-se este ano e em 2012". Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego entre os jovens até aos 25 anos subiu em Portugal para 30% no terceiro trimestre de 2011, o que se traduz em 138.000 indivíduos sem trabalho.
Os mesmos dados mostram que entre a população desempregada há 94.000 portugueses que frequentaram o ensino universitário sem emprego.
Contudo, os números são mais expressivos para aqueles que só completaram o ensino secundário (147 mil) e para quem ficou no ensino básico (448 mil).
O desemprego de longa duração - pessoas inscritas nos centros de emprego há mais de um ano - diminuiu em 16.000 pessoas, enquanto o número de pessoas inscritas há menos de um ano aumentou em 31.000 indivíduos.
Por género, foram as mulheres que mais sofreram, com o desemprego a situar-se nos 12,9% neste grupo, enquanto nos homens a taxa ficou pelos 12% no terceiro trimestre.
Por faixa etária são os indivíduos com mais de 45 anos que enfrentam maiores problemas. Há mais de 213.000 desempregados em Portugal com estas características.
Lisboa é a região mais afectada
Do ponto de vista regional, o desemprego aumentou em todas as regiões do país, com excepção do Centro e Algarve, onde diminuiu. Ainda assim a região turística mais a Sul do país é das mais afectadas pelo drama do desemprego.
A capital consegue no entanto os piores resultados no 'ranking' das regiões com mais desemprego (14,6%), seguida pela Madeira (14,3%), Algarve (13,3%) e Norte (12,7%). Os valores mais baixos foram observados no Centro (9,4%), Açores (11,6%) e Alentejo (12,3%).