Rajoy, candidato favorito, colocará os espanhóis a ferro e fogo perante austeridade austera
Os juros da dívida espanhola renovaram ontem máximos de 14 anos, tendo obrigado o Banco Central Europeu a entrar no mercado a comprar dívida.
Os mercados mostraram ontem desconfiança quanto aos cabeças de cartaz das eleições do próximo domingo, ao empurrar os juros das obrigações espanholas ( a dez anos) para a zona de resgate: taxa das obrigações de 7% e diferencial face às ‘bunds' alemãs de 500 pontos. Durante a manhã, o Tesouro espanhol emitiu 3,56 mil milhões de euros com uma maturidade de 10 anos com uma taxa de juro de 6,975%, muito perto do valor de 7% em que a Grécia se viu forçada a pedir ajuda ao FMI e à União Europeia. "O resultado (do leilão de dívida) foi horrível. Os espanhóis não conseguiram colocar todas as obrigações que queriam, e a procura foi muito fraca", lamentou o analista do banco Lloyds Achilleas Georgopoulos, citado pela BBC.
A subida dos juros pedidos à Espanha deu o sinal de alarme em Frankfurt, tendo o BCE intervido a comprar dívida durante a tarde, o que levou o diferencial entre as obrigações espanholas a 10 anos e as suas congéneres alemãs a recuar ao fim do dia para os 460 pontos-base, o mesmo valor a que tinham fechado no dia anterior. Segundo Amadeu Altafaj, porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Económicos, a subida do prémio de risco espanhol "reflecte sem dúvida a incerteza e nervosismo dos mercados". (in, Económico).