FINLÂNDIA QUER SELECÇÃO NATURAL DO EURO PARA EXCLUIR OS MAIS FRACOS

  com o agudizar da crise da Zona Euro, xenofobia e racismo são já moeda de troca

Bruxelas está a estudar a possibilidade de países com ‘rating AAA’ fazerem emissões conjuntas de dívida. Depois de tentar bloquear o resgate português, a Finlândia volta a afirmar-se como um defensor arreigado de uma zona euro de elite, onde só os mais fortes sobrevivem e os mercados se encarregam de fazer essa selecção natural. A ideia de fazer da zona euro um clube de países com rating máximo (‘AAA') circula entre os mais ricos desde a génese da zona euro, mas ainda não tinha sido verbalizada desta forma tão clara, encaixando no discurso de uma Europa a duas velocidades que ecoa de Paris e Berlim. Alexander Stubb, o ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros, deu a cara por essa bandeira, desdobrando-se em entrevistas aos media internacionais. "Temos andado a olhar para países que temos de salvar, ajudando-os o tempo todo", isso é "um prisma errado", disse à Reuters. "Para mim o euro é um sistema darwinista, é a sobrevivência do mais forte. Os mercados podem-se encarregar disto e penso que esta é a melhor forma de manter a pressão dos mercados", disse Stubb, que "é um fanático do fitness", explica a agência de notícias. Denunciando a sua intenção, Stubb recorda nesta entrevista: "O euro, no início, [na tese dos responsáveis alemães] quando propuseram o núcleo do euro, era de apenas cinco países. Deixaram a Itália de fora". Depois da Grécia, Irlanda e Portugal terem ido ao ‘tapete', os mercados começam a apertar o cerco à Itália e Espanha, fechando o ciclo dos países periféricos mais debilitados da UE, que Berlim e Haia queriam deixar de fora do euro nos idos anos 90.