farto de assistir à destruição do Estado Social, Soares decidiu passar à acção e mobilização cívica
Mário Soares e um grupo de amigos do fundador do PS planeiam lançar, no próximo ano, um conjunto de debates que pode «abrir a influência da área socialista», na sequência do manifesto 'Novo Rumo', que esta semana veio apelar à mobilização política e cívica de quem se opõe às medidas de austeridade.
«Isto não afecta nada o PS, muito pelo contrário», diz o soarista Vítor Ramalho. «Do nosso ponto de vista, ajuda ao alargamento da influência da área do socialismo democrático. E forçará – no bom sentido – a direcção do PS a ver que há gente com experiência longa na vida pública que tem a concepção de que a intervenção política é uma causa nobre» adianta ao SOL.
Na calha, para o próximo ano, está um movimento de intervenção que assentará num conjunto de debates envolvendo figuras com peso político, algumas sem filiação partidária. «Estamos a pensar também em personalidades internacionais», antecipa Ramalho.
O texto 'Novo Rumo', divulgado em vésperas da greve geral, começou, no entanto, a germinar há mais de mês e meio, entre o grupo que se reúne, com ou sem Soares, «de dois em dois dias». O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Medeiros Ferreira, o ex-dirigente do PS Pedro Adão e Silva, o próprio Vítor Ramalho, um dos socialistas mais próximos de Soares e líder do PS/Setúbal, Vasco Vieira de Almeida (advogado e ex-ministro pelo PS) e o professor universitário Mário Ruivo integram o grupo e assinam o documento.