Governo e Troika continuam a apagar as conquistas sociais lusas das últimas décadas
O governo vai extinguir sete embaixadas portuguesas: Malta, Andorra, Letónia, Estónia, Lituânia, Quénia e Bósnia, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Uma medida em nome da austeridade e que o ministro afirma ser temporária. Apesar disso, Portugal vai ter novas embaixadas em regiões da Ásia e América Latina, nomeadamente no Qatar, uma embaixada que abrirá “proximamente”.
Com a extinção destas embaixadas o governo prevê uma poupança de 12,7 milhões de euros. A desactivação de embaixadas foi justificada pelo ministro com os problemas económicos do país, com o facto de haver nesses países um número reduzido de portugueses e de serem países em que o investimento em Portugal “é muito reduzido”.
O ministro anunciou ainda que serão encerrados cinco vice-consulados: dois na Alemanha (Frankfurt e Osnebruck) e três em França (Clermont-Ferrand, Nante e Lille). Além disso, a embaixada de Portugal na Unesco (Paris) também passará a ser garantida pelo embaixador português na capital francesa. Tal como a missão de Portugal na OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) que ficará a cargo do embaixador de Portugal em Viena (Áustria).
Esta reforma na rede de embaixadas “permitirá abrir embaixadas novas em países onde hoje Portugal dramaticamente precisa de ter presença diplomática sobretudo em função da diplomacia económica, exportações, afirmação das empresas, produtos e marcas portuguesas e captação de investimento estrangeiro”, explicou Portas.
A jurisdição da embaixada de Malta passará para Roma (Itália), de Andorra para o consulado de Barcelona e para a embaixada de Madrid (Espanha), da Letónia para Helsínquia (Finlândia), de Estónia para Estocolmo (Suécia), da Lituânia para Copenhaga (Dinamarca), do Quénia para Maputo (Moçambique) e da Bósnia para Belgrado (Sérvia).
Quanto aos vice-consulados extintos, Portas afirmou que “com regularidade” os funcionários consulares e do ministério irão deslocar-se a estas cidades, tendo “dias marcados para fazer actos consulares”.