FUSÃO DE HORÁRIOS DOS TRANSPORTES FAZEM AUMENTAR TARIFÁRIOS ATÉ 25%

ainda veremos os antigos cacilheiros substituirem os mais modernos barcos da Transtejo

Ao encerramento do metro de Lisboa às 23.00 junta-se agora uma série de outras medidas drásticas. Um relatório propõe que o metro circule mais devagar, que sejam extintas 22 carreiras da Carris já a partir do primeiro trimestre de 2012 e que a ligação de barco à Trafaria seja suprimida. Pedro Gonçalves, que lidera o grupo de trabalho que está a estudar como e onde cortar nos transportes públicos, garante que as propostas finais só serão conhecidas a 30 de Novembro. Também a simplificação tarifária nos transportes públicos proposta pelo grupo de trabalho que estuda a reestruturação do sector vai levar a que muitos utentes passem a pagar mais entre 10% e 25% pelos transportes face ao que pagam hoje. Esta actualização automática – e que não invalida os futuros aumentos nos transportes – ocorre porque os passes individuais vão desaparecer, sendo trocados por passes que servem para utilização em mais do que uma empresa, mesmo que o utente precise apenas de utilizar o metro para os seus trajectos – ou o autocarro. Se normalmente compra um passe só para o Metro de Lisboa, por exemplo, que custa 32 euros, o seu ‘equivalente’ no futuro custará perto de 36 euros. Um cenário que não se cinge aos utentes que viajam internamente na cidade. Também o fim previsto das ligações suburbanas da Carris vai empurrar muitos utentes para títulos mais caros – um para os transportes de Lisboa e outro para os operadores privados que sirvam essa ligação, ou um misto dos dois –, quando antes um único passe da transportadora lisboeta era suficiente. Esta lógica repete-se em quase todas as tarifas que o grupo de trabalho pretende simplificar ou fundir: além dos passes da Carris e Metro, também vão acabar os títulos mensais da CP, Transtejo, Rodoviária de Lisboa, Vimeca e Transportes Sul do Tejo. Oferta cortada Eliminar a duplicação da oferta entre autocarros e metros, acabar com a oferta de transportes públicos em zonas onde existam operadores privados e reduzir custos nem que seja à força. A simplificação tarifária passará por acabar com os mais de 110 títulos existentes e criar um novo passe ou bilhete que cubra uma cidade. Até ao momento este grupo de trabalho já sugeriu a supressão das linhas da Transtejo entre Lisboa e Trafaria/Porto Brandão; o fecho do serviço do Metro de Lisboa às 23h ou às 21h30 nas ligações entre Pontinha e Amadora e o Campo Grande e Odivelas e o fecho de 15 linhas da Carris.